quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sociedade do click!

Vivemos numa sociedade da rapidez, do consumo, da internet, do click. Isso mesmo, vivemos numa sociedade do “click”. Não é preciso esperar horas para saber de algo por carta, correspondência... Não é preciso ir à biblioteca, e, na pior das hipóteses, abrir um livro. Com um “click” temos acessos a informações, novidades, pesquisas... Com um “click” temos amigos, temos namoros, temos rompimentos, temos traições... Sendo assim, numa sociedade da rapidez, da pressa nós não sabemos lidar com algo que é constituinte para o ser humano: a falta. Sim, Freud, e a psicanálise, dirá que a falta é importante para o ser humano; Heidegger e a filosofia, chamará de angústia. Enfim, seja qual nome for atribuído, saiba que precisamos estar atentos para nós, enquanto psicólogos, não sermos “contaminados” por esse medo de lidar com a falta. Explicando melhor... com a sede de tudo saber, e não acessar a “bendita” ou “maldita” falta, o cliente chega ao consultório querendo respostas, querendo soluções, querendo “remédios”, querendo “cura” para suas dores. Tudo normal, pois se estamos em um desconforto emocional ou psíquico, nada mais natural do que procurar o “bendito” conforto. No entanto, eles esquecem (e nós, psicólogos, às vezes esquecemos também) que muitas vezes a “cura” vem pelo acesso ao desconforto. Vem pelo acesso à falta, à angústia. Já dizia, meu querido, Nietzsche ‘é preciso um caos para que nasça uma estrela’. Sendo assim, o não ter resposta para tudo, é antes de mais nada uma verdade do terapeuta, pois ele se encontra no lugar de suposto saber. E a filosofia já falava sobre isso ao marcar que a sabedoria está no “não-saber”. E o nosso erro é querer responder tudo, querer não permitir o silêncio, a espera... a falta necessária e constituinte. Por isso, alerto (a mim e) meus amigos, que não tenhamos medo de deixar o outro na angústia, na falta das não respostas prontas, das não receitas milagrosas. Mas que através do encontro pessoa-pessoa na clínica possamos ajudar o outro a se tornar “estrelas” acessando seus caos, suas incoerências... escutando os não ditos e, dessa forma, aprendendo a ser gente de uma forma bastante humana. Gente incompleta, faltosa, mas que por isso mesmo é bela e é ser humano.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Crenças limitantes...

É sempre bom voltar aqui. Voltar a escrever e dar vida a este cantinho, ne? Pois bem, quero refletir com você, que lê este blog, sobre crenças limitantes. Segundo o dicionário, a palavra crença tem vários significados como, por exemplo, fé religiosa, confiança, opinião. O sentido que quero abordar aqui é o terceiro significado: opinião. Mas acredito que essa opinião é atrelada a uma fé. Isso, uma fé quase religiosa que temos (inconscientemente, na maioria das vezes) que tal opinião é verdadeira. Ou seja, que tal opinião é uma verdade sobre nós. Entendo ser natural esse movimento, tendo em vista que nossa identidade é formada pelas opiniões, pelos valores que vivemos e que orientaram nossa vida. Dessa forma, talvez seja comum acreditarmos em crenças (opiniões) sobre nós mesmos, porque crescemos ouvindo, vivendo e acreditando naquilo como uma parte de nós. Talvez, a grande diferença, é que ninguém nos disse que aquela crença não é verdadeira. Não corresponde com minha verdade. Nesse caso é uma crença errada, errônea, limitante. Ok. Isso não só acontece na infância, durante a formação da nossa identidade, como também pode acontecer na nossa vida adulta. Sejamos claros e práticos, vamos a um exemplo. Você cresceu ouvindo que era uma pessoa inteligente, responsável. Em um determinado dia, você errou. Pisou na bola, e escutou da pessoa que mais te amava: “você é muito irresponsável”. Aquilo doeu, marcou. (Lembremos da importância da emoção, do sentimento para a fixação das crenças - sejam boas ou ruins). Daquele dia em diante, todos os seus pensamentos quando você tentava tomar uma atitude era baseado na frase “você é irresponsável”. Aos poucos, você foi acreditando nessa frase, nessa crença. A ponto de você mesmo dizer (conscientemente ou não, em voz alta ou não): “eu não vou conseguir finalizar esse trabalho ou, chegar na hora ou, assumir esse namoro porque eu sou irresponsável”. Pronto, estava instaurada uma crença alienante, errônea que modificou você, sua maneira de se ver, de ver o mundo e relacionar-se. A grande virada é quando, num determinado dia, devido a uma palestra, a uma conversa, a uma leitura (sei lá o que) você ouve algo, faz algo e começa a ter dúvida. Começa a começar (isso mesmo “começa a começar”) a pensar diferente. E sai um pensamento fraco, mas algo novo nascendo: “eu acho que eu posso! Eu acho que consigo! Acho que não sou tão irresponsável assim como disseram”. E depois, o próximo passo é perceber que você tem potenciais e que antes que alguém dissesse o contrário, era você quem mais dizia o contrário de si. Dessa forma, não adianta culpar A, B, C, a história... sim eles têm culpa. Mas você tem culpa também ao abraçar essa “crença” como sua verdade. Tem culpa ao se autossabotar. Porém, a força do sol, da luz, do novo é mais forte. E a semente de um pensamento novo, um pensamento contra toda uma história de crenças limitantes é muito mais forte. E isso gera vida, gera novidades na forma que você, agora, vê o mundo, vê as coisas, vê as relações, vê suas posturas, vê a si mesmo. Aí começam as mudanças, mudanças não só de comportamentos, mas mudanças de crenças! Fica a dica: se você consegue fazer só isso que você faz hoje, é porque você acredita que SÓ pode isso. Para fazer mais, é preciso ACREDITAR MAIS!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Relações e a mentira

O texto, de hoje, foi inspirado no diálogo, abaixo, que tive com uma amiga da pós-graduação. Ela sinalizou, depois, a importância dessa conversa nesse fim de semana. Eu – Você leu meu livro? Ela – Você acredita que não?! Eu – Sim. Acredito. Você não está dizendo!?! Essa semana ela repetiu o diálogo e disse ter ficada assombrada porque ela me contou isso e eu acreditei afirmando: “Sim, acredito. Você não está dizendo?!”. Parto do pressuposto que enquanto psicólogo, trabalho com a palavra. A palavra que o cliente traz, verbaliza. Não é meu papel duvidar se essa palavra é verdade ou mentira. Mas em acolher o dito e forma como esse dito é expresso. E, assim, ajudar no processo de encontro do outro. No entanto, se o outro não verbaliza uma verdade, no mínimo preciso repensar – enquanto terapeuta e enquanto pessoa também – que tipo de relação, eu estabeleci com esse outro? Como está nossa relação? Onde permiti que a mentira ou a falta de coerência entrasse? Martin Buber (1871-1965), filósofo e pedagogo, diz, com grande sabedoria: “todo viver verdadeiro é encontro”. Buber falará das relações EU-TU e EU-ISSO. Bem, se minha relação com o outro é verdadeira, então ali aconteceu o verdadeiro encontro entre duas pessoas (EU-TU). Sendo assim, não há espaço para mentiras ou fingimentos. Hycner (1995) ao desenvolver a teoria de Buber diz: “A atitude com que me aproximo do outro é, também, a atitude com que me aproximo de mim mesmo. Se valorizo o outro, isso reflete minha própria autovalorização. Se transformo o outro em objeto, também serei um objeto”. Sendo assim, com qual atitude me aproximei desse outro, criei uma relação com ele que entre nós coube a mentira? Vale salientar, aqui, que muitas vezes o cliente não nos conta a verdade porque ele acha que nós não estamos preparados para ouvi-la, então ele omite. Quando na verdade é ele que não está preparado para ouvir a si mesmo dizendo (e assumindo aquilo ao verbalizar). E se o cliente mentir, a verdade virá à tona em outra oportunidade. Então, cabe nesse momento, o terapeuta trabalhar a questão do motivo da contradição. Porém, isso precisa ser pertinente ao processo terapêutico e não uma curiosidade do psicólogo ou uma atitude de revanche. Voltando às relações... o encontro verdadeiro muda o outro. Muda o terapeuta e muda o cliente. Por isso, a relação terapêutica não é construída do dia para noite, no primeiro atendimento. Na verdade, ela começa a ser construída na ligação para a marcação da consulta. E cabe ao terapeuta atentar para a forma que ele se relaciona com cada cliente. Pois cada um pedirá uma forma de relacionar-se única. Ouso terminar dizendo a você, terapeuta ou não - como andam suas relações? Como anda o cuidado nas suas relações? Cansativas? Estressadas? Chatas? Saiba que o cuidado que você denota para suas relações interpessoais transparece também nas suas relações com os clientes!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Qual a sua expressão de cuidado?

Qual a sua expressão de cuidado? Cuidado consigo, com o outro. Várias vezes, ouvimos diversas pessoas dizendo: “Só trabalho e não tenho tempo para mim”, “estudo e trabalho e não tenho tempo para mim”, “faço tanta coisa e não consigo ter tempo para mim, para meus amigos, para minha família” etc. Fico pensando que o primeiro ato de cuidado com o nosso próximo mais querido (filho, pai, mãe, amigos, marido, esposa e outros) é o cuidado consigo mesmo. Só posso cuidar do outro se primeiro tenho esse apreço por mim. Por mais que isso pareça frase de caminhão, é antes de tudo a pura verdade. E, parece-me, tão difícil de ser vivida atualmente. Algumas pessoas vão à academia de ginástica e tornam-se escravas de uma sociedade autoritária da beleza. Fico me perguntando: “você faz exercícios com tanta frequência como uma expressão de cuidado consigo? Ou isso é uma dependência do culto ao corpo, ao estereótipo do belo midiático?” Esse texto não tem pretensão de dar respostas certas ou erradas, porém ser veículo de reflexão sobre nossas posturas, nossas escolhas. E ouço pessoas dizendo que estão solteiras há muito tempo. O parceiro ou a parceira ideal não chega. E surge um questionamento: “como andam suas relações?” Relações com as pessoas mais próximas. Às vezes, vivemos espaços de brigas, confusões no trabalho, em casa, nas amizades e não sabemos a origem de tudo isso. Daí, volto ao tópico desse texto, “como anda sua relação consigo?” “Como você se relaciona com suas dores internas, suas discordâncias, seus desejos não realizados, suas faltas? Como você cuida de si nas suas dores e suas alegrias?”. E culpamos o tempo, o relógio por não termos “tempo” para o outro, para nós mesmos. Temos “tempo” para trabalhar porque isso nos dará retorno. O dinheiro para pagar as contas, para nossa sobrevivência. E esse mesmo tempo não poderia passar de inimigo para amigo, ao aprendermos a lidar com ele, dando-nos um “tempo” para nós mesmos? Aprendi certa vez que se quisermos descobrir como anda a vida espiritual, a vida interna de uma pessoa basta olhar a gaveta de roupas dela. Então, como andam suas gavetas de roupas? A organização do seu ambiente externo pode expressar o cuidado (ou a falta dele) com você mesmo. E também pode influenciar na sua predisposição em cuidar do outro. Como diria o filósofo Heidegger “O que vale não é o quanto se vive...mas como se vive”. Termino o texto com a pergunta inicial: “qual a sua expressão de cuidado?”

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Já escreveu na sua agenda hoje?

Você já escreveu na sua agenda hoje? Já organizou as tarefas, as obrigações, as demandas diárias para serem feitas? Por que eu preciso escrever isso, anotar essas coisas? Não sou certinho, obsessivo nem quero cair nessa. Vou deixando a vida me levar. Então, você também deve se perguntar: por que essa bagunça na minha vida profissional, financeira, social, afetiva e pessoal? Ué, o que uma agenda, ou organizar minhas tarefas tem a ver com os diversos aspectos da minha vida? Tem tudo a ver. Vamos ampliar essa reflexão. Por que eu devo colocar as coisas nos lugares certos? Por que colocar papéis, copos, pastas (ou seja lá o que for) nos lugares em que encontrei? Fazendo isso não estaria eu ficando “muito certinho”? Obsessivo? Metódico? Chato? Sim e não. Pois depende da forma como você se relacionaria com o fato “organização” em sua vida. Pois bem, saiba que deixar as coisas agendadas, programadas, organizar suas tarefas e cumpri-las, deixar as coisas nos lugares certos... tudo isso, minimamente, é uma expressão de cuidado de si. É isso mesmo. Cuidar das coisas que me cercam é cuidar de mim, de minha vida. Sendo assim, a bagunça ao seu redor não revelaria um desleixo consigo mesmo? Pois quando cuido do mundo que me cerca, estou também cuidando de mim. Cuidar de si é ampliar a relação de cuidado para o cuidar das coisas que o cercam e cuidar dos outros. Sem esquecer que quando não decido, quando fico no impasse da escolha, no adiamento (amanhã eu pago a conta atrasada, depois eu arrumo isso, depois eu guardo, depois eu converso com ele/ela sobre isso), eu deixo de atualizar minhas possibilidades, meus recursos pessoais, minha compreensão e meu conhecimento do mundo. Assim, “coisifico” a minha existência, minha vida fica estagnada e vou sendo levado como a "massa". Dessa forma, experimente cuidar de si cuidando daquilo que o cerca. Comece pelas pequenas coisas: colocar a toalha no lugar, o sapato no lugar certo. Comece a cuidar de si pelas coisas simples, para que depois, o transbordamento desse cuidado chegue às coisas grandes e, até mesmo, aquelas que pareciam impossível. Psiu! Essa caneta estava aqui mesmo? (Risos, cuide de si rapaz!!)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Conversa com um amigo no msn

“- Ontem quase que fui a um show sozinho.”
“- Sozinho? E seus amigos e namorado? – indaguei eu.
“- Estou solteiro, mas meus amigos decidiram ir para outro show. Mas eu escolhi ir só. Estou vivendo um momento de me descobrir, um momento só meu.”
“- Ah, ta!” – respondi eu.

Na verdade, eu respondi muito mais do que isso. A nossa conversa versou sobre algumas reflexões sobre ser verdadeiro consigo mesmo, assumir certos sentimentos e saber viver uma solidão fértil. Depois disso inventei de ver o filme Edith Piaf o que me fez acessar mais ainda meus sentimentos e uma enorme vontade de partilhar com vocês. E é sobre tudo isso que vou discorrer agora.
Sim, existem momentos de nossas vidas que queremos ficar a sós e fazer coisas sozinhas. Na verdade, não só queremos, mas também precisamos. E acredito que nossa vida – em certos momentos – clama, grita por esses momentos de solidão fértil.
Aquela solidão que nos faz acessar a nós mesmos. Ela nos faz entrar em contato com nossos valores, gostos, preferências, desejos, sonhos. Pois muitas vezes (ou algumas vezes) deixamos de vivê-los para viver o desejo, o sonho, o valor do outro, ou, até mesmo, os valores da relação a dois, mas nunca a nossa. Sendo assim, esse momento de solidão é como uma descida ao nosso eu mais profundo. Uma viagem tentando nos reconectar com o sistema solar, aqui fora. Viagem onde nós tentamos REconhecer a nós mesmos. Pois, há momentos que somos desconhecidos de nós mesmos. Estranho? Mas é possível e é verdade.
Muitas vezes dizemos algo, pensamos algo, porém tudo isso está muito distante, incoerente, diferente dos nossos sentimentos. Daí não sabermos se o que sentimos pertence a nós ou ao outro. Daí a importância dessa solidão frutífera para acessar nossos verdadeiros sentimentos em relação a tudo, em relação à vida.
Isso me fez lembrar Carl Rogers e a Terapia Centrada na Pessoa onde se trabalha, também, o acesso aos sentimentos do cliente. Trabalha-se a coerência dos sentimentos com a vida do cliente.
Para ilustrar citarei um excerto de Rogers em Tornar-se pessoa (1961): “Descobri que sou mais eficaz quando me posso ouvir a mim mesmo aceitando-me, e quando posso ser eu mesmo”. Sendo assim, esses momentos de solidões são momentos únicos, ricos de acesso ao nosso verdadeiro eu. Onde, muitas vezes, este eu estava escondido, embotado, disfarçado. Sim, precisamos descer às profundezas de nós mesmos para encontrarmos, acessarmos nossa verdadeira essência, nossos verdadeiros valores e até mesmo nossos verdadeiros medos. Para que possamos emergir mais coerentes, mais humanos, mas Fábio, Renato, Flávia, Priscila, enfim mais real e mais humano!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Homem: possibilidades e transcendência.

Depois de alguns textos falando de psicologia à luz da psicanálise, chegou a hora de falar à luz da fenomenologia. Para isso, usarei como fonte o livro Enfoque fenomenológico da Personalidade de Yolanda Cintrão Forghieri.
Forghieri cita Binswanger (1967) e diz: “O ser humano, ao contrário, embora em sua vida sofra limitações de seu ambiente e de sua corporeidade, e necessite adaptar-se a eles, possui a capacidade de transcendê-los por meio da consciência que tem das situações que vivencia”.
Sendo assim, o mundo circundante é determinado para o animal e para o homem. Porém, o homem pode transcendê-lo e o outro, não. E a transcendência vem da consciência das situações vividas (passado), que está vivenciando (presentes) e das que ainda poderá vivenciar (futuro).
E qual seria então o “mundo” do homem? O mundo onde ele pudesse viver, crescer, transcender? A autora em questão nos diz: “O ‘mundo’ humano é aquele que diz respeito ao encontro e convivência da pessoa com os seus semelhantes. A relação do homem com outros seres humanos é fundamental em sua existência desde o nascimento ele encontra-se em situações que incluem à presença de alguém. O existir é originalmente ser-com o outro”.
Tudo bem que Freud já dizia que uma das maiores dificuldades do homem é o relacionar-se com o outro. Sartre já disse que o “outro é um inferno”. E Nietzsche disse que “é difícil viver com as pessoas porque calar é muito difícil”. Contudo, Forghieri nos alerta para a relação com o outro.
Sendo assim, é interessante notar que o homem na relação com o mundo circundante não encontra resposta, para seus questionamentos, mas com o mundo humano, encontra. Por isso, Forghieri diz: “só posso saber quem sou como ser humano, convivendo com meus semelhantes”.
E pensar que dia a dia o homem moderno se torna mais individualista, mais isolado, mais egocêntrico. Então, nessa cultura individualista, como poderei atualizar minhas potencialidades? Como poderei ser eu mesmo e ao mesmo tempo estar em constante modificação, evolução?
Usarei as palavras da autora em questão que diz: “são as situações que a pessoa vai vivendo, relacionando-se com o mundo circundante e com as pessoas, que lhe vão possibilitando atualizar as suas potencialidades, oferecendo-lhe as condições necessárias para ir descobrindo e reconhecendo quem é”.
Dessa forma, o meu relacionar com o outro e com o mundo, atualizam minhas potencialidades. Em contrapartida, ter relações de dependência e pura “submissão” ao outro não me fazem atualizar minhas potencialidades humanas e me igualam ao mundo circundante.
Refletindo sobre isso, fico pensando como é doloroso o relacionar-se com o outro, mas também como é rico. Tendo em vista que só com o contato com os meus, com os semelhantes é que me verei, me (re)conhecerei e atualizarei minhas potências.
Acredito que por isso a relação, o vínculo terapêutico seja tão importante para o cliente, pois ali ele está (e estará por um bom tempo) relacionando-se com outro ser humano como ele, e isso farão ambos atualizarem suas potencialidades.